quarta-feira, 3 de setembro de 2008

noite (ou vaso visto de dentro)


a multidão em meu corpo
enxames de dedos-agulhas
revirando os costumes
solfejando o desígnio
num vaso percussivo
sem flores
abandonado a ressonâncias
areia em suspensão tramando olhos
a sobrenatureza do pólen
quero dançar
como quem venta
e se detrás do biombo
a varejeira solitária enrola
ruidosa
cada fio em seu novelo
a pista tece teares
mixagem de silhuetas
colcha holográfica em que eu projeto
residências

em Interpeles de
Giselle Vianna

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